quarta-feira, 17 de março de 2010

Navegar

Em tempos disseram-me que a inspiração é que nos procura. Espero pacientemente para que alguma ideia entre em mim... Mas nada... Nada de grandes fontes de criatividade, nem de poderes inacabaveis de criação.
Olhando para este ecrã apenas divago, penso naquilo que posso vir ou não a escrever, mas nada me agrada. Não gosto de falar de mim, muito menos expor aquilo que sou..
Enfim...
A minha escrita sempre revelou o que penso e neste momento não me sinto com cabeça para encher de palavras este fundo sem cor, este papel virtual.
Não consigo criar um cenário, não possuo capacidade para dar existência a pessoas fictícias, nunca vou gerar uma obra literária.
Sinto-me a navegar num mar sombrio, à deriva no desgosto, cada onda que me ataca é uma chapada de mentiras, de ilusões. Sou envolvida pela sombra total. Como uma manta fria que me aperta, destrói, sufoca. Gelo num mar profundo, afogo-me em desilusões.
Cada dia que passa sinto a minha mente mais perto da loucura, paranóia que cresce em simultâneo com a insanidade.
Recordações são feridas que nunca vão sarar, são dores e lágrimas eternas.
Uma parte de mim renega sonhar, tem consciência de que os sonhos são inconsciência pura.

1 comentário:

  1. Um "criativo nato" mesmo sem inspiração cria a arte de se inspirar. No entanto ja Pablo Picasso dizia que para surgir a verdadeira inspiração muitas vezes é preciso 99% de transpiração... Por isso toca a transpirar :)

    ps: ADORO TEUS TEXTOS

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